abril 29, 2011

FOUCAULT, Michel, 1962-1984. História da Sexualidade 2; o uso dos prazeres/ Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.

"O Suda propõe a seguinte definição que Hesíquio repetirá: os aphrodisia são "as obras", "os atos de Afrodite" - erga Aphrodites. (...). Entretanto, é um fato que os gregos não deram testemunho no seu pensamento histórico, nem na sua reflexão prática, de um cuidado insistente em delimitar o que eles entendiam exatamente, pelos aphrodisia - quer se tratasse de fixar a natureza da coisa designada, de delimitar a extensão de seu campo, ou de estabelecer o catálogo de seus elementos. Em todo caso nada que se assemelhasse às longas listas de atos possíveis que serão encontrados nos penitenciais, nos manuais de confissão ou nos livros de psicopatologia; nenhum quadro que sirva para definir o legítimo, o permitido ou o normal, e a descrever a vasta família dos gestos proibidos. Nada, também, que se assemelhe ao cuidado - tão característico da questão da carne ou da sexualidade - em revelar sob o inofensivo ou o inocente a presença insidiosa de uma potência de limites incertos e múltiplas máscaras. Nem classificação nem decifração. Serão fixadas com esmero qual a melhor idade para se casar e ter filhos e em que estações as relações sexuais devem ser praticadas; nunca se dirá, como um diretor cristão, que gesto fazer ou evitar, que carícias preliminares são permitidas, que posição tomar, ou em quais condições pode-se interromper o ato. Para aqueles que não eram suficientemente armados, Sócrates recomendava fugir da vista de um belo rapaz, mesmo se para isso fosse necessário exilar-se por um ano; e o Fedro evocava a longa luta do amante contra seu próprio desejo: mas, em nenhum lugarn são expressas, como serão na espiritualidade cristã, as precauções necessárias a fim de impedir que o desejo se introduza sub-repticiamente na alma, ou a fim de desalojar seus vestígios secretos. E o que é talvez mais estranho: os médicos que propõem, um tanto detalhadamente, os elementos do regime dos aphrodisia, são praticamente mudos quanto às formas que os próprios atos possam tomar; eles dizem muito pouco - fora algumas referências quanto à posição "natural" - sobre o que é conforme ou contrário à vontade da natureza." (Pg. 38).

Segue o Texto e as Instruções para uma das Campanhas virtuais Contra a Homofobia!

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

viaqui: http://projetoeusougay.wordpress.com/2011/04/12/sejamos-gays-juntos/

Vivemos esperando dias melhores!

É um desabafo!
O que acontece, com os seres humanos, pra que carreguem tanto ódio com algo que não interfere, muito menos abstrai nada de suas vidas? Eu sou gay, e sinto o pesar quando tenho conhecimento de que algum membro da comunidade LGBT é agredido (físico ou moralmente), é desdenhado, e o que mais tem se tornado normal, SÃO MORTOS, os meus olhos diante desta situação, não vislumbram um horizonte longe da minha realidade, muito pelo contrário, como lésbica preciso duramente manter o equilíbrio para não manter qualquer relação afetiva em pública com minha parceira, isso me dói, eu sempre argumento que dói na minha cabeça, mas na verdade dói meu coração! Se torna mais revoltante, quando estamos em ambientes públicos, abertos a crianças, jovens e adultos, e um casal supostamente HETEROSSEXUAL, começam a se comer, se agarrar,com altos lances de chupanças, porque é assim, acredito que todos já sentimos vergonha alheia, com este tipo de comportamento advindo de casais que se enquadram dentro do conceito de certo desta terrível sociedade brasileira, e as pessoas agem como se não estivesse rolando nada. Ah! Que raiva que me dá! É dolorido ainda mais, quando um companheiro da comunidade LGBT, impõe que é preciso entender. "ENTENDER O QUE?" Se ninguém esta nem aí para "LHE ENTENDER!". As vezes, eu tenho aprendido muito isso, queremos facilitar para pessoas, que não facilitam em nada para nossas vidas. Estou disposta mais do que nunca a declarar uma luta constante a HOMOFOBIA, o que aconteceu comigo no dia 23/04/2011, e o que acontece no dia a dia de milhares de crianças, jovens e adultos homossexuais, não se deve passar a limpo! Caso alguém queira o relato do dia 23/04/2011, postem por comentário os emails que eu mando sem problema nenhum! Quero perto de mim, pessoas que me dêem a mão e ENTENDAM E COMPREENDAM MINHA LUTA, que não sejam, apenas GAYS, porque virou modinha e comodismo, mas QUE SE SINTAM COMO EU, e que ESTEJAM DISPOSTOS A LUTAR!

BASTA! EU SOU GAY E QUERO VIVER EM PAZ!


O adolescente de 16 anos suspeito de matar a namorada da irmã em Goiás confessou o crime à polícia, segundo o delegado Samer Agi, responsável pelo caso.Adrieli Camacho Almeida, também de 16 anos, estava desaparecida desde o dia 13 de março, quando saiu para tentar encontrar a namorada, que é filha de um fazendeiro na região.
O corpo de Adrieli foi encontrado ontem (5) na fazenda da família da namorada em Itarumã (a 321 km de Goiânia). Ela foi vista pela última vez saindo de um bar com o adolescente em Cassilândia (MS), cidade próxima a Itarumã.
A polícia suspeita que o crime tenha sido cometido por homofobia. Segundo depoimento do adolescente à polícia, a família era contra o relacionamento entre as garotas, que se conheceram quando a família da namorada ainda morava em Cassilândia.A polícia encontrou o corpo após indicação do irmão mais novo do adolescente. O menino, de 13 anos, disse que seu irmão ofereceu-se para ajudar Adrieli a viajar para Itarumã para que ela fugisse com a namorada. No caminho, ele teria matado a adolescente a facadas.
O menor ainda disse à polícia que viu o irmão enterrar o corpo na fazenda e jogar a moto em que a menina viajava em um rio. O veículo não foi encontrado.
O fazendeiro e pai dos meninos foi preso. Ele nega ter participação ou conhecimento no crime. Os irmãos foram levados para uma delegacia na cidade de Aparecida do Rio Doce (a 269 km de Goiânia) e esperam vaga em uma instituição socioeducativa.

Parada do Orgulho LGBT de SP 2011 será dia 26 de junho e já tem tema definido;

“Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia! – 10 anos da Lei Estadual 10.948/01” é o tema da 15ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que será no dia 26 de junho, na Avenida Paulista. A maior parada gay do mundo comemora os 10 anos da lei que criminaliza a homofobia no estado de São Paulo e questiona os religiosos fundamentalistas que lutam contra os direitos dos homossexuais no país.

O objetivo dos organizadores é questionar a moral religiosa conservadora, que vem se reafirmando como uma das principais oposições ao avanço da cidadania e dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no Brasil e no mundo. O lema também celebra a primeira década da lei paulista anti-homofobia e destaca a necessidade de ampliação da conquista para o nível federal.

“A ideia é tocar no ponto das Igrejas de uma forma abrangente, universal. Ao dizermos “amai-vos uns aos outros” estamos protestando pela igualdade social entre todos os homens, com um apelo fraterno. Soma-se a isso a valorização e a prática dos direitos humanos”, explica Ideraldo Beltrame, presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), entidade responsável pela organização do evento.

Esta é a sexta vez consecutiva que o tema do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo aborda o problema da homofobia. Desde que o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006 foi apresentado pela então deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), o movimento LGBT tem tratado a criminalização da homofobia no âmbito nacional como sua principal reivindicação.
O tema do 15º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo também faz referência aos 10 anos da Lei Estadual 10.948/01 – de autoria do ex-deputado Renato Simões (PT) e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) – que penaliza indivíduos, organizações e empresas públicas ou privadas que praticam a discriminação contra LGBT. A lei proíbe atos de violência, constrangimento e intimidação em razão da orientação sexual, incluindo a vedação de ingresso a locais abertos ao público, seleção e sobretaxa de atendimento em comércio e a inibição da livre expressão e manifestação de homoafetividade.
“Vamos destacar a importância da apropriação da lei por parte da população LGBT. O Legislativo paulista cumpriu a sua parte, mas depende da gente fazer valer nossos direitos”, diz Beltrame.

Para a escolha do tema, estiveram presentes membros da APOGLBT, representantes da Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo e do programa federal Brasil Sem Homofobia. A reunião ocorreu entre o período da manhã e tarde do último sábado (5), na sede da entidade, e foram consideradas todas as demandas atuais discutidas pelas diversas instâncias da militância LGBT.

O Mês do Orgulho LGBT de São Paulo é o calendário anual de atividades sócio-politico-culturais promovido pela APOGLBT a fim de defender a cidadania e direitos humanos da população LGBT, assim como educar a sociedade para o fim da discriminação e preconceito. Nos últimos anos, os temas abordados foram “Vote contra a homofobia : defenda a cidadania!” (2010), “Sem homofobia, mais cidadania – Pela isonomia de direitos! (2009), “Homofobia mata! Por um Estado Laico de fato!” (2008), “Por um mundo sem machismo, racismo e homofobia”!” (2007) e “Homofobia é crime! Direitos sexuais são direitos humanos” (2006).
Além da 15ª Parada do Orgulho LGBT, em 2011 é realizada a 9ª edição do Ciclo de Debates, a 11ª Feira Cultural LGBT, o 11º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade e o 11º Gay Day.

abril 28, 2011

Deus Não Faz Acepção de Pessoas! Eu me amo e sei que ele me ama MUITO MAIS!

ROMPENDO O SILÊNCIO: A INVISIBILIDADE SOCIAL A RESPEITO DA HOMOSSEXUALIDADE FEMININA

Roberta da Silva Macedo

Thais Rithielli Silva Vasconcelos

Esta pesquisa tem como objetivo abordar as questões da homossexualidade feminina, enfocando a existência dos preconceitos em nossa sociedade. Trata-se de analisar a produção da diferenciação entre a mulher homossexual e a feminilidade da mulher heterossexual. O presente estudo compreende uma revisão da bibliografia existente sobre gênero e sexualidade, buscando uma crítica da sujeição das mulheres que têm relações homoafetivas, contribuindo para o rompimento da fobia a homossexualidade. Entende-se aqui a heteronormatividade como componente da segregação cultural da mulher homossexual, bem como a divisão sexista que atribui apenas os papéis do masculino e do feminino dentro da sociedade brasileira, tratando como anormais os sujeitos que não se enquadram nestes papeis. Os padrões culturais do ocidente formam o contexto de análise dos conflitos gerados no campo da invisibilidade e da subordinação de gênero. Deste modo, busca-se analisar a emergência do movimento feminista na transformação das relações de gênero e debater os estudos de pesquisadoras e pesquisadores nesta área, como Branca Alves, Jacqueline Pitanguy, Guacira Louro, Rose Muraro e Manuel Motta.


Um pouco de mim, talvez de você, de nós.

Um dia na barriga da mamãe, descobriu-se um ser lindo, que estaria com ela, até quando Deus permitisse, ela quis gerar, mas Deus quem o escolheu. Ela desejava pelo filho "moreno" da perna grossa, e criou o anseio dentro de si, mas argumentava: "O que vier será bem vindo", só que Deus é onisciente, e sabe de coisas sobre nós que nem mesmo nós sabemos! Veio então, UMA LINDA "MORENA", mas da PERNA GROSSA. Ah! Quanta felicidade, quantos risos, a menina foi muito bem recebida, sua infância, teve bons brinquedos, boas amigas, alguns poucos amigos homens eram permitidos brincar, pq papai debatia: "MULHER NÃO BRINCA COM MENINO HOMEM", e era exatamente isso que a a "MORENA DA PERNA GROSSA", amava, estar com os meninos, compartilhando de suas brincadeiras era apenas um pouco mais sensível do que eles, mas nada que impedisse de estar com eles, praticando as mesmas brincadeiras muito pelo contrário, mas como forma de separação foi exigido que "NÃO MAIS FOSSE PEGA BRINCANDO COM MENINOS SE NÃO IRIA APANHAR", no entanto, como toda criança, descobriu uma forma de papai não pega-la, e passou sua infância inteira mantendo suas bonecas intactas, e vislumbrando com muita curiosidade, um outro lado, que foi-lhe proibido desde que nasceu, sim digo com convicção, desde que nasceu. Enquanto isso, a coleguinha que mais lhe chamava a atenção, passou a exigir que brincassem como papai e mamãe, sendo assim, uma seria a mamãe e a outra o papai, por conveniência a "MORENA DA PERNA GROSSA", sempre atuava como o papai. Cresceu e se apaixonou pela primeira vez, mas papai e mamãe ja estava começando a se preocupar, "FILHA VÁ FICAR COM AS OUTRAS MENINAS DA SUA IDADE", mas aquilo em sua adolescência também não lhe era conveniente "AS MENINAS SÓ FALAM NOS GAROTOS". E cresceu, e teve seu primeiro NAMORADO, ah que felicidade, "ENFIM, CONSEGUIU UM BOM RAPAZ PARA SE APAIXONAR", mas não foi tão fácil assim, muita personalidade, orgulho, afronta, dominação num único sentimento, numa única relação, eram muito parecidos, e isso causava atritos que causava a ambos, dor. Decididamente, concluíram que: ... "SOMOS MELHOR SENDO APENAS BONS AMIGOS", e assim se sucedeu. No entanto, O AMOR mais uma vez bate em sua porta, agora mais forte do que nunca. E ... como nunca! Acontece que todos se desesperam, causando um momento de dor para uns, alegria para outros, e desespero para todos estes. O amor entre elas é grande, grande demais para não ser levado adiante, e sobreveio uma onda de angústia, decisões, turbulências, entre tantas outras emoções. A pergunta que não quer calar: "ELA CONSEGUIU SER QUEM ELA QUERIA?" Ou ainda: "POR QUANTO TEMPO MAIS CONSEGUIRIA SER QUEM NÃO ERA? Ou ainda: POR QUANTO TEMPO,AS PESSOAS DESEJAM VER ALI UMA PESSOA QUE NÃO EXISTIA?" São muitas as perguntas dentro de uma história só, porém para fins resolutos, as respostas viriam somente por ATOS!

Qual o preço da sua liberdade?