Eu tenho muitos desabafos pra escrever, mas um em especial e toda vez que eu penso me dá um nó na garganta ... É sobre família!
Eu tenho um amor gigante pelos membros desta instituição (só uma observação rs), mas, eu nunca encontro respostas, pelo contrário, quando paro pra pensar o número de perguntas aumentam.
Eu não escondo que, antes de "me assumir", eu menti muitoooo pra minha família, talvez, nada justifique mentiras pra algumas pessoas, mas, eu não sou esse tipo de pessoa, AHAHAH e sim, houve motivos pra tantas mentiras, pra tantas coisas que foram ocultas.
Quando eu comecei a me envolver com mulheres, eu tinha entre 16/17 anos de idade eu desempenhava diversas atividades cristãs (na igreja católica), os meus pais eram/são extremamente fiéis aos ideais cristãos católicos (como castidade, proibição dos métodos contraceptivos, "homossexualidade" e etc), quando eu fiquei com a primeira mulher eu não conseguia aceitar o fato que eu havia me identificado muito com a experiência e que aquilo era tudo que eu realmente queria, eu só conseguia pensar que aquela situação iria contra tudo o que a igreja e os meus pais pregavam/acreditavam e seguiam, eu me perguntava: "Logo eu?".
Eu me condenei em silêncio por muito tempo, eu sabia que se dissesse aos meus pais e irmãos causaria o pior desastre que a minha família haveria de viver, a pior dor, a pior ferida, dentro do meu coração havia a certeza que se eu contasse talvez eu nunca mais os teria de volta.
Na realidade sobre eles eu sabia exatamente o que iria acontecer caso eu dissesse, eu só não conseguia compreender o que seria de mim, pois eu só pensava neles.
16, 17, 18 anos de idade ...
Meus pais descobriram da pior forma possível e eu paguei e ainda pago muito caro, por isso.
Depois deste episódio nunca mais fui olhada com amor pela minha mãe, minha vontade é dizer que, depois do ocorrido eu nunca mais tive o respeito, o amor da minha mãe, desde aquele momento eu só ficava sabendo por terceiros (que faziam questão de me deixar ciente de tudo), de coisas muito negativas que a minha mãe falava e sentia a meu respeito.
Eu experimentei o lado mais amargo da pessoa que mais amava no mundo e que no momento que mais fiquei perdida, não pode estar ao meu lado, talvez pela experiência de vida que teve (antes que me procurem pra julgar pelo que escrevo ... Sim ... Eu considero todo histórico de vida dos meus pais).
Eu nunca mais consegui recuperar o amor, o respeito, a confiança e a cumplicidade que havia entre eu e os meus pais ... Depois daquele dia eu sentia fielmente o desprezo, a vergonha daqueles que foram destinados para serem para sempre minha mãe e meu pai.
Meu pai ... por outro lado, foi se quebrando aos poucos e vencendo barreiras para estar perto de mim, frequentava as repúblicas que eu morava e decidiu contrariar minha mãe, me ajudando com a alimentação enquanto eu estudava (na UNEB), ia até as casas onde eu morava meio envergonhado coisa e tal, mas, estava ali, na realidade a minha experiência com meu pai foi complicada pela dor que ele e eu sentíamos, mas, não foi uma relação de tanto desprezo como foi com a minha mãe.
Em 2013, passei por um episódio de violência devido a minha orientação sexual (prometo que quando estiver mais preparada escrevo a respeito), e até hoje nunca me perguntaram sobre ... Mais uma vez, em meio a tantas, fui ignorada e tratada sem respeito nenhum pelas pessoas que pensei em pedir ajuda.
Eu tenho muita gratidão a todas as pessoas que encontrei naquela época, que me ajudaram, me direcionando aos órgãos responsáveis, para que eu pudesse recorrer aquela situação, me acolheram com uma palavra de carinho, compartilhando a situação, pessoas que de alguma forma disseram: - Meninas, vocês não estão sozinhas!
Como eu disse, vou escrever pra desabafar, muitas coisas hoje estão tomando outros rumos (diferentes dos que foram escritos aqui), mas, como disse no início deste texto, tenho muitas perguntas ...
As vezes eu e minha esposa pensamos em gerar/adotar a (o) nossa (o) filha (o), mas, a pergunta que sempre fazemos é: Será que estamos preparadas pra amar este ser humano em todas as situações que ele for destinado a vivenciar neste mundo?
Eu não entendo muita coisa ... Principalmente quando as pessoas chegavam pra me perguntar se eu não amava os meus pais, a minha família?
Pra dizer que: Eu estava matando os meus pais de desgosto!
Que aquilo não era eu! Rs
Que seria só uma fase!
Que eu me arrependeria do que estava fazendo os meus pais passarem!
Eu não entendo muita coisa ... muitas pessoas, muitas instituições ...
16, 17, 18 anos de idade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário