setembro 14, 2016

Na Bahia não tinha emprego, por isso vocês vieram, né?!

Gente, eu estou demorando muito para escrever porque eu descobri que preciso de "muita coragem" em algumas situações...

Hoje eu decidi contar como viemos parar na Selva de Pedra de Muitos Sobreviventes Corajosos.

Nós, ao contrário do que se pergunta por aí, desfrutávamos de um sistema também capitalista, mas nunca vai existir um grau mínimo para eu poder comparar com a agressividade que o capitalismo gerencia SP.

Nós estudávamos História na Universidade do Estado da Bahia, a gatinha dava aula em uma escola estadual através de um sistema terceirizado para o Estado e eu fazia parte de um programa do governo federal (na época, porque eu não sei se ainda existe) que se chamava Mais Educação e estagiava na biblioteca da própria UNEB (Universidade do Estado Bahia). Meus pais não vou negar nunca, que nesta época me ajudavam financeiramente, quando a coisa apertava.

Nós tínhamos tudo pra ter ficado ali quietinhas, até que passei por uma situação fortíssima familiar que levou a perda de uma pessoa muito importante para minha vida. A primeira coisa que me veio a cabeça foi pedir para os meus pais que me mandasse para SP, para que eu ficasse perto dos meus parentes, foi dessa ideia também, que surgiu uma outra ideia de trazer a gatinha para que morássemos juntas e de fato eu não dependesse mais dos meus pais ... E até hoje eu carrego um peso do caralho, por ter tido esta ideia de merda)

Preciso contar antes, que meus pais nesta época (2010 á 2012) não sabiam de fato que eu e a gatinha estávamos juntas, porque para eles, ela era minha amiga hétero e de fato era, o que aconteceu conosco, foi de outras vidas, "nosso amor já estava escrito"... Mas, antes deste anos que citei acima, éramos apenas boas amigas.

Eu bati o pé, teimosa/egoísta/burra que eu era e não ouvi nenhum dos meus amigos, professores e demais pessoas que me avisaram para não vir, pois SP era um terrível pesadelo ... ... ...
 (desceu lágrimas, muitas lágrimas agora :'( ).

De início a gatinha não viria foi o combinado, eu viria primeiro arranjaria um trampo, "voltava a estudar (doce ilusão/amarga ilusão)" e depois ela viria, mas, surgiu uma proposta de trabalho para ela vir comigo, digo pra ela porque na época a bonita aqui tinha uma expressão de gênero masculina e ao menos uma coisa eu entendia que: NINGUÉM ME DARIA UM EMPREGO, sendo uma MULHER com roupas masculinas, eu sabia que pra mim seria mais difícil, mas, eu não tinha noção da proporção dessa situação, não tinha!

O que de fato eu precisava entender é que a SP que eu tinha na cabeça, foi uma ideia deturpada do que eu ouvia de algumas pessoas, pois sai cedo daqui e considero que me criei na Bahia, não sabia o que era SP no dia a dia de uma pessoa da periferia.
Quando eu paro para pensar na minha infância aqui em SP, é tudo muito cinza, nada muito claro ... algumas angústias infantis (no que tange bullying, falta de representatividade, melancolia etc) alguns sorrisos, brincadeiras, mas, nada muito nítido ...
Já os anos que iniciei na Bahia, a sensação é como se eu tivesse acordado de um sonho conturbado. :'(

Meus pais na época/BA risos, haviam alugado um ap pra mim no centro da cidade que eu estudava e me dado toda a mobilia, eu vendi tudo para que fosse um dinheiro que nos daria amparo, até que descolássemos um emprego ou um sub emprego, :( . A oportunidade que apareceu pra gatinha deu tudo errado e essa foi a primeira sensação (de inúmeras) de termos nossas pernas quebradas, que sentimos aqui em SP. </3

Deu tudo errado, e tivemos que correr pra bater de porta em porta em empresas de telemarketing ou a que tivesse afim de nos dar um emprego ou sub emprego, lembro que tive ajuda de um primo que um dia pegou a gente e nos ensinou a andar de metrô, no ano que chegamos em 2012, fez um frio tão grande e nem roupas de frio nós tínhamos :'( :'( :'( Me dói só de lembrar ... ... ... me arrependo tanto, meu Deus!

Conseguimos uma vaga em uma empresa de telemarketing, onde tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que se, eu fosse mais inteligente e menos arrogante, teria aprendido muito mais ... Mas, não gente!
Era pra eu entrar a tarde, para que eu e a gatinha fossemos juntas, eu (burra/arrogante/egóica que era) troquei o horário e fui trabalhar de manhã e passamos a vir separadas, a gatinha só tinha eu na cidade :'( e eu a deixei pegar 12 conduções sozinhas durante meses ... Gente, as vezes eu tenho vontade de me apagar, pra parar de pisar na bola desse jeito ...

Meses depois ela conseguiu um sub emprego também de telemarketing, porém, em um lugar bem mais próximo do que essa primeira empresa (que pagava melhor, mas, era insustentável pra ela continuar pegando 12 conduções todos os dias com uma folga apenas na semana) e sendo assim tomou posse desta segunda empresa que foi outra benção nas nossas vidas, até hoje eu tenho eterna gratidão por esta pequena empresa, que por intermédio primeiramente (FORA TEMER/brinks AHAHA), de Deus e de algumas pessoas, nos deu uma oportunidade quando estávamos numa pior, que dá até um nó na garganta de tão traumatizante que esse período foi pra gente :'(

Viemos para SP, por pura burrice minha e que a gatinha tomou pra ela (por medo de me perder :'( ), não porque estávamos passando fome, o custo de vida na Bahia é bem mais em conta do que o custo de vida exorbitante de SP e como já ouvi tanto dos meus: É POSSÍVEL SE VIVER BEM COM POUCO.

Esqueci de falar, que a minha gatinha havia acabado de passar em um concurso para lecionar para o Estado/BA na época e mesmo sem ter a graduação concluída (o que também pra ela, já estava próximo) recebeu várias propostas de prorrogar a posse até que ela graduasse ... Gente, as vezes eu entendo tudo que me acontece aqui, o que me dói é que atinge diretamente o grande amor da minha vida, pois hoje somos uma em tudo, para tudo, ela é minha eterna companheira, a nossa cumplicidade é uma coisa que eu não consigo explicar pra vocês, não consigo ... Eu não sei mais o que a vida tem reservado pra mim depois de tanta furada brusca que eu dei, não sei ... :'(

Eu só quero que quando formos embora daqui, nossa saúde EMOCIONAL e FÍSICA esteja em perfeitas condições, porque as vezes eu perco a fé!

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Eu quero fechar este texto, com uma frase que veio hoje em minhas lembranças do facebook:

Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça cósmica ou a coerência final de todas as coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre. — Caio Fernando Abreu

A partir deste texto, posso falar sobre outras coisas, outros dias que como hoje eu estiver malzona (que é quando me sinto preparada para falar). Depois conto mais dos perrengues que passamos aqui!

Podem me deixar sugestões ou coisas que queiram saber por comentário, okay?! beijão e ouçam PONTO DE EQUILÍBRIO, que está me dando uma força enorme hoje.

O QUE EU VEJO - PONTO DE QUILÍBRIO

agosto 22, 2016

Força





Se tivéssemos acesso ao futuro, as coisas seriam tão fáceis, eu por exemplo, evitaria de estar com pessoas nos momentos que elas não estivessem bem comigo, evitaria aqueles momentos que elas se acham no direito de dizer coisas que "você já sabe que ela pensa e faz a seu respeito".

Tivemos uma proposta ótima para sairmos do aluguel e ficamos muito, muito esperançosas. Em contrapartida, recebi uma proposta da minha família ... ... ... Eu já deveria ter me acostumado a não criar expectativas neste último caso, eu sei, mas é que eu penso sempre que "sim, pode ser verdade" ... Mas, é aí, que eu quebro feio a cara, a cara não, minha saúde emocional mesmo. A cada um mês de visita a minha família, são 6 a 9 meses dentro de um consultório fazendo terapia, pra eu superar e não querer dar um fim do meu jeito :(

Eu as vezes, tenho muita vontade de entrar na justiça e pedir para tirar todos os vínculos dos meus documentos, pra tirar esse peso que sou eu, da vida dessas pessoas, pra que vivam em paz e me deixem viver também.

Preciso me conscientizar de tanta coisa "rotineira", que as vezes eu penso em me anular deste mundo, porque é tanta BOSTA que eu sou obrigada a ouvir:

  • VOCÊ VAI FAZER COM QUE NOSSOS PAIS SE SEPAREM;
  • VOCÊ VAI MATAR NOSSA MÃE;
  • OLHA O SOFRIMENTO QUE VOCÊ CAUSA AO NOSSO PAI;
  • SUA SITUAÇÃO VAI DESENVOLVER UM CÂNCER NA NOSSA MÃE;
  • EU NÃO ACEITO, MAS, RESPEITO ... FAZER O QUE?
  • VOCÊ PRECISA ENTENDER A GENTE TAMBÉM;
Gente eu fiz o blog para desabafo, mas, juro que pensei em algo diferente do que está sendo :'( 

Engraçado que essas coisas são ditas, sem que eu tenha dito uma palavra, é simplesmente a vontade que essas pessoas tem de reafirmar o tempo todo para mim o que eu já sabia e sei sobre o que pensam e como agem a meu respeito, como eu disse anteriormente, sobre eles eu sabia perfeitamente como seria ...

Sai da casa dos meus pais aos 18 anos de idade e desde então, não voltei, eu não consigo entender porque diabos esse povo ainda acredita em ilusões, acredita que eu faça alguma coisa para atingi-los de alguma forma ... GENTE EU QUERO É VIVER, EM PAZ, COM AMOR, SAÚDE .... Eu faço de tudo pra me afastar, vou morar longe, em outro estado, cidade, bairro pra não ter que ouvir a merda de vida que vocês levam "por minha causa".

ENFIM, 

Quando eu cheguei em casa, só tinha amor pra acolher minha dor e pra chorar comigo também, ainda que eu não quisesse que fosse assim ... É sempre ELA que está ali! 

agosto 20, 2016

"Eu sou nuvem passageira que com o vento se vai"

Ai ... Tenho vivido dias muito tristes com Tainã, não conseguimos aceitar as coisas em SP e isso nos causa muita dor ...

Estamos sem dinheiro agora que já está quase no fim do mês rs então, decidimos ficar em casa juntas, namorando, curtindo nosso filhote, ouvindo música, tomando cachaça e curtindo nossas brisas, que por sinal são maravilhosas.

Conversamos com nossos amigos da Bahia e isso me emociona muito, pois a decisão de vir foi nossa, ninguém colocou uma arma na cabeça rs rs rs ... Eu só queria ter mais uma chance ... Só isso!

agosto 19, 2016

(???)



Eu tenho muitos desabafos pra escrever, mas um em especial e toda vez que eu penso me dá um nó na garganta ... É sobre família!
Eu tenho um amor gigante pelos membros desta instituição (só uma observação rs), mas, eu nunca encontro respostas, pelo contrário, quando paro pra pensar o número de perguntas aumentam.
Eu não escondo que, antes de "me assumir", eu menti muitoooo pra minha família, talvez, nada justifique mentiras pra algumas pessoas, mas, eu não sou esse tipo de pessoa, AHAHAH e sim, houve motivos pra tantas mentiras, pra tantas coisas que foram ocultas.

Quando eu comecei a me envolver com mulheres, eu tinha entre 16/17 anos de idade eu desempenhava diversas atividades cristãs (na igreja católica), os meus pais eram/são extremamente fiéis aos ideais cristãos católicos (como castidade, proibição dos métodos contraceptivos, "homossexualidade" e etc), quando eu fiquei com a primeira mulher eu não conseguia aceitar o fato que eu havia me identificado muito com a experiência e que aquilo era tudo que eu realmente queria, eu só conseguia pensar que aquela situação iria contra tudo o que a igreja e os meus pais pregavam/acreditavam e seguiam, eu me perguntava: "Logo eu?".

Eu me condenei em silêncio por muito tempo, eu sabia que se dissesse aos meus pais e irmãos causaria o pior desastre que a minha família haveria de viver, a pior dor, a pior ferida, dentro do meu coração havia a certeza que se eu contasse talvez eu nunca mais os teria de volta. 
Na realidade sobre eles eu sabia exatamente o que iria acontecer caso eu dissesse, eu só não conseguia compreender o que seria de mim, pois eu só pensava neles.

16, 17, 18 anos de idade ...

Meus pais descobriram da pior forma possível e eu paguei e ainda pago muito caro, por isso. 

Depois deste episódio nunca mais fui olhada com amor pela minha mãe, minha vontade é dizer que, depois do ocorrido eu nunca mais tive o respeito, o amor da minha mãe, desde aquele momento eu só ficava sabendo por terceiros (que faziam questão de me deixar ciente de tudo), de coisas muito negativas que a minha mãe falava e sentia a meu respeito.
Eu experimentei o lado mais amargo da pessoa que mais amava no mundo e que no momento que mais fiquei perdida, não pode estar ao meu lado, talvez pela experiência de vida que teve (antes que me procurem pra julgar pelo que escrevo ... Sim ... Eu considero todo histórico de vida dos meus pais).
Eu nunca mais consegui recuperar o amor, o respeito, a confiança e a cumplicidade que havia entre eu e os meus pais ... Depois daquele dia eu sentia fielmente o desprezo, a vergonha daqueles que foram destinados para serem para sempre minha mãe e meu pai.

Meu pai ... por outro lado, foi se quebrando aos poucos e vencendo barreiras para estar perto de mim, frequentava as repúblicas que eu morava e decidiu contrariar minha mãe, me ajudando com a alimentação enquanto eu estudava (na UNEB), ia até as casas onde eu morava meio envergonhado coisa e tal, mas, estava ali, na realidade a minha experiência com meu pai foi complicada pela dor que ele e eu sentíamos, mas, não foi uma relação de tanto desprezo como foi com a minha mãe. 

Em 2013, passei por um episódio de violência devido a minha orientação sexual (prometo que quando estiver mais preparada escrevo a respeito), e até hoje nunca me perguntaram sobre ... Mais uma vez, em meio a tantas, fui ignorada e tratada sem respeito nenhum pelas pessoas que pensei em pedir ajuda. 
Eu tenho muita gratidão a todas as pessoas que encontrei naquela época, que me ajudaram, me direcionando aos órgãos responsáveis, para que eu pudesse recorrer aquela situação, me acolheram com uma palavra de carinho, compartilhando a situação, pessoas que de alguma forma disseram: - Meninas, vocês não estão sozinhas!

Como eu disse, vou escrever pra desabafar, muitas coisas hoje estão tomando outros rumos (diferentes dos que foram escritos aqui), mas, como disse no início deste texto, tenho muitas perguntas ... 

As vezes eu e minha esposa pensamos em gerar/adotar a (o) nossa (o) filha (o), mas, a pergunta que sempre fazemos é: Será que estamos preparadas pra amar este ser humano em todas as situações que ele for destinado a vivenciar neste mundo?

Eu não entendo muita coisa ... Principalmente quando as pessoas chegavam pra me perguntar se eu não amava os meus pais, a minha família? 
Pra dizer que: Eu estava matando os meus pais de desgosto! 
Que aquilo não era eu! Rs
Que seria só uma fase!
Que eu me arrependeria do que estava fazendo os meus pais passarem!

Eu não entendo muita coisa ... muitas pessoas, muitas instituições ...

16, 17, 18 anos de idade! 


                     

agosto 18, 2016

SONHOS







Quando eu decidi criar o blog foi logo depois de começar a namorar com a minha atual companheira, em 2010. O ano que muita coisa mudou em nossas vidas e o ano que iria nos direcionar para mudanças, muito maiores.
Nos conhecemos na república da Universidade do Estado Bahia em 2008, onde eu fui para estudar e ela já estudava, logo quando cheguei na casa e olhei para aquela pessoinha de aparência frágil (porque ela bem magrinha, rs), e dócil, me derreti de amores, e pedi a Deus: - Quero muito ela pra mim! Alguns anos depois, olha o presentão que eu ganhei, rs.

Naquele mesmo ano, antes de conhecer minha companheira eu havia passado pelo trauma de me "assumir" pra minha família, e minha mãe me tirou de casa. Eu sou natural de São Paulo, mas, fui morar em Porto Seguro-BA, assim que entrei na pré adolescência com mais ou menos, 13 anos de idade. Quando eu sai da casa dos meus pais, eu estava com 18 anos de idade, havia trabalhado apenas no Mc Donald's e sai, com uma mão na frente e a outra atrás (literalmente). Tive que ganhar a vida dependendo de favores, mendigando um amor aqui, uma "dózinha" ali, uma empatia logo mais adiante e desde então, nunca mais retornei. 

Passei uns dois meses de 2008 (acho que setembro e outubro) em SP, morando de favor na casa de parentes, até que meu pai soube que eu havia passado na Universidade do Estado Bahia, para estudar História, ele entendia o quanto aquilo significava pra mim, eu havia feito cursinho pré vestibular e me esforçado muito pra passar. 
O cursinho ele não queria pagar, pois estávamos (eu, ele e minha mãe) passando uns apertos financeiros devido a construção da casa que estávamos erguendo em Porto e para o meu pai que trabalhou a vida toda como pedreiro e para a minha mãe que sempre foi do lar e da casa de famílias mundo afora, aquilo era dinheiro jogado fora, mas, consegui explicar, que aquilo faria com que eu passasse em uma universidade que eles e nem eu, iríamos precisar pagar 1 centavo, foi com este argumento que meus pais se interessaram pela proposta e me matricularam. 

Voltei para a Bahia, mas, continuei morando de favor, na casa de um tio na cidade da universidade, meses depois eu consegui uma vaga na república da universidade e no mesmo dia, rs, eu levei minhas tralhinhas pra república, ali comecei a viver momentos que marcaram minha vida de uma forma tão positiva que ainda hoje não consegui superar a decisão que viria a ser tomada em 2012 :'( 




maio 19, 2011

Para relatora, projeto que combate a homofobia evita que "a opinião de uns gere prejuízos aos direitos de outros"


Em seu voto favorável à aprovação do projeto de lei que torna crime a discriminação e o preconceito contra homossexuais (PLC 122/06), a senadora Fátima Cleide (PT-RO), relatora da matéria na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), defende a aprovação da proposição nos moldes em que veio da Câmara dos Deputados.
Fátima Cleide destaca que o mérito do projeto não é fazer opção por um determinado comportamento sexual ou sua apologia, e, sim, propor meios legais para desestimular e coibir penalmente situações em que a opinião privada de alguns gera prejuízos aos direitos de outros.
"Assim, todas as condutas definidas criminalmente no projeto em análise referenciam comportamentos que arbitrariamente recusam, a indivíduos LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transexuais] direitos que são conferidos a outros indivíduos em igualdade de condições]. Por outro lado, o projeto não criminaliza a crença pessoal desfavorável à homossexualidade, mas ações que conduzam à imposição dessa crença a outros indivíduos, de modo a suprimir a liberdade de uns pelo arbítrio de outros", afirma ela em seu voto na CAS, que é o mesmo apresentado na CDH.
O PLC 122/06 altera a ementa e o enunciado do artigo 1º da Lei nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, para que a mesma passe a ser aplicada também ao preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Serão consideradas, nesse caso, ações de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.
Se o texto for aprovado, o empregador ou seu preposto que demitir alguém, direta ou indiretamente, em razão da orientação sexual, poderá cumprir pena de reclusão de dois a cinco anos. A pena de reclusão de um a três anos é destinada a quem impedir, recusar ou proibir o ingresso ou a permanência de homossexuais em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado aberto ao público.
Já quem recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional, aqueles cidadãos que tenham orientação diferente dos demais poderá ser submetido a pena de reclusão de três a cinco anos. Na mesma pena incorrerá quem sobretaxar, recusar, preterir ou impedir a hospedagem dessas pessoas em hotéis, motéis, pensões ou similares.
Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, assim como proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero poderá gerar reclusão de dois a cinco anos.
Em relação à CLT, o projeto proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso a relação de emprego, ou sua manutenção, por motivo de sexo, orientação sexual e identidade de gênero, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade.
Para os infratores, o projeto prevê, além da pena de reclusão, punições como a perda do cargo ou função pública, para o servidor público; inabilitação para contratos com órgãos da administração pública direta, indireta ou funcional; proibição de acesso a créditos públicos; vedação de isenções, remissões, anistias ou quaisquer benefícios de natureza tributária; suspensão do funcionamento dos estabelecimentos por prazo não superior a três meses, além de multa de até 10 mil Ufir (Unidade Fiscal de Referência). O dinheiro arrecadado com as multas será destinado à campanhas educativas contra a discriminação.
O projeto ainda será submetido à apreciação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para, em seguida, ir a Plenário.

DEUS NOS AJUDE!


maio 10, 2011

VAMOR PEDIR PIEDADE AOS HOMOSSEXUAIS DE UNGANDA

Amigas e amigos,

Acabo de assinar uma petição muito urgente solicitando ao presidente de Uganda Yoweri Museveni que declare o veto à lei de “morte aos gays”, caso seja aprovada no Parlamento.

Acabamos de saber que a proposta de lei – que sentencia à morte pessoas LGBT em Uganda – está para ser votada nas próximas 24 horas se não agirmos agora.

Líderes da ala conservadora estão fazendo tudo o que podem para votar a lei antes que milhões de pessoas como nós se oponham a ela e tenham a chance de protestar. Se conseguirmos criar um apelo internacional massivo, haverá uma chance de impedir que esta proposta se torne lei.

Temos poucos dias para fazer nossa voz ser ouvida. Por favor, junte-se a mim e apele ao presidente Museveni que declare o veto à lei de “morte aos gays” caso ela seja aprovada no Parlamento. Assine esta petição urgente!

www.allout.org/pt/petition/uganda